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Virando o jogo
26 de setembro de 2016 19:37
Virando o jogo

No próximo domingo, 2 de outubro, eleitores de todo o País vão às urnas para escolher prefeito e vereadores. Pelo menos em Campo Grande, existe uma melancólica apatia nas ruas, como foi constatado em reportagem na última semana pelo Correio do Estado. Muitos não sabem dizer nem quantos candidatos à prefeitura estão concorrendo neste ano. Lembrar o nome ou número de postulantes à Câmara de Vereadores é tarefa hercúlea. Esse abatimento é o efeito colateral indesejável provocado pelos escândalos de corrupção que assolaram o País nos últimos anos. Mudar esse cenário está nas mãos da população e, também, dos que pretendem conquistar o voto. A pesquisa publicada na edição de hoje mostra que o número de indecisos é de 12,69%, leve queda em relação ao levantamento publicado no dia 5 de setembro, 14,02%. O porcentual ainda é considerável e a meta de todos os candidatos é conquistar esse público, a grande dificuldade. Os eleitores estão desconfiados, irascíveis quando o assunto é política. Afinal, não é para menos. Não bastassem os escândalos nacionais, descobertos na Operação Lava Jato, Campo Grande tem seus próprios demônios a enfrentar, como a Coffee Break, que, embora esteja patinando dentro do Ministério Público Estadual, causou efeito devastador na composição atual da Câmara de Vereadores ao jogar sobre o Legislativo a dúvida sobre a participação no esquema de compra e venda de votos para cassar o prefeito Alcides Bernal. Fica difícil vencer este obstáculo e a reeleição pode ficar distante para muitos concorrentes. Outro entrave, citado pelos candidatos, é o engessamento da campanha eleitoral por conta das restrições impostas. Ações que eram comuns, como o corpo a corpo em feiras livres e nos comércios, estão proibidas, irregularidades passíveis de multa. Embora feita de forma mais regrada, a andança ainda é importante termômetro para medir a disposição do eleitor em ouvir as propostas. O cenário atual, infelizmente para a classe política, não é dos mais aprazíveis; é preciso jogo de cintura para lidar com a hostilidade e o olhar desconfiado, sempre presentes. É fardo que está sendo carregado pelos candidatos, independentemente de envolvimento em esquemas escusos. A falta de verba também é entrave para o desenvolvimento das campanhas e um dos fatores para os casos de infidelidade de postulantes à Câmara de Vereadores. Há os que trocam de trincheira, atraídos por recursos a serem usados para confecção de material de propaganda. Há, ainda, os que mudam de lado para ficar mais próximos dos que têm alguma chance de vitória. São manobras arriscadas que podem não ser vistas com bons olhos pelo eleitorado. Aparentemente, separar o joio do trigo não está entre as prioridades dos eleitores, mas é necessário e urgente um esforço do eleitorado para fazer essa avaliação. É preciso evitar repetir erros para que Campo Grande não padeça. Conhecer as propostas e os currículos dos candidatos é medida imprescindível e que precisa ser levada a sério. Escolher com seriedade, eleger e cobrar o que foi prometido, sim, são ações que terão muito mais resultado do que ser levado pela apatia.


Correio do Estado






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