Derrotada nas últimas duas campanhas presidenciais, Marina
Silva, pré-candidata da Rede ao Planalto, avalia que a eleição deste ano será
diferente. “As pessoas vão votar sabendo da verdade”, diz. Para Marina, coube à
Operação Lava Jato, que ela defende como uma das melhores contribuições desde a
redemocratização, revelar o quem é quem e desmontar o sistema corrupto da
máquina pública.
“Dilma (PT), Temer
(MDB) e Aécio (PSDB) praticaram os mesmos erros contra a sociedade e as
finanças públicas, e obviamente que a escolha será do cidadão”, diz. Marina
perde apenas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e para o
deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), segundo a última pesquisa Datafolha.
“A sociedade está indicando querer mudança de verdade. Aqueles que criaram o
problema não vão resolver o problema. Talvez a sociedade comece a sinalizar de
que PT, MDB, PSDB e DEM precisem tirar umas férias de quatro anos.
” Marina afirmou que, na última eleição, quando apoiou Aécio
no segundo turno, não sabia o que o tucano e Dilma tinham feito. Segundo ela,
agora, as pessoas estão vacinadas contra a mentira e a polarização. “Em 2014,
nós não tivemos uma eleição livre, democrática. Foi uma farsa. Uma fraude. Porque
tinha dinheiro de caixa-dois, da Petrobras, dos fundos de pensão, de Belo
Monte, do Banco do Brasil, da Caixa.
E, agora, o eleitor já sabe de tudo isso e não vai perder a
chance de fazer a verdadeira mudança.” Marina Silva, porém, fez a ressalva de que
pessoas boas e ruins existem em todos os partidos, indicando aceitar apoios,
ainda que sem fazer concessões, ao seu programa, que defende a Lava Jato, o fim
do foro privilegiado e a prisão em segunda instância. Assim como o STF manteve
a do Lula.