Deputados federais são contra aliança com tucanos e torcem
por apoio a André Puccinelli
Os deputados estaduais já falam como certa a aliança do DEM
com o PSDB para a sucessão ao governo do Estado e só faltam alguns detalhes
para o casamento político. Mas os deputados federais da família democrata não
estão satisfeitos e podem trabalhar para melar a concretização desse
relacionamento para as próximas eleições. Independentemente da posição dos
representantes da bancada federal, o deputado estadual Zé Teixeira já acredita
na consolidação da aliança com os tucanos.
“Tudo indica que vai ter casamento”, afirmou o parlamentar.
“Começamos a preparar o buquê de flores e a carruagem já está pronta. Vai ser
um casamento bem glamouroso”, ressaltou. Outro democrata, o deputado estadual
José Carlos Barbosa, o Barbosinha, também confirmou o avanço das negociações da
aliança com os tucanos para apoiar a reeleição do governador Reinaldo Azambuja.
“Só falta arrumar o padre para celebrar o casamento”, afirmou, sorridente.
Ele não vê mais outra alternativa ao DEM para a sucessão
estadual. O partido pode, inclusive, indicar nome para ser vice de Azambuja, ou
mesmo candidato a senador. “As conversas estão bem adiantadas, mas ainda
dependem de algumas arrumações”, ponderou Barbosinha. A posição dos estaduais,
no entanto, não encontra apoio dos deputados federais. Luiz Henrique Mandetta
disse desconhecer as negociações com o PSDB e não vê com muita satisfação essa
aproximação do DEM com os tucanos.
“Não estou sabendo de nada até agora”, afirmou. “Se tivesse
alguma coisa certa, o presidente do partido [Murilo Zauith] teria falado para
os seus deputados. Eu não pude ir ao evento do DEM em Corumbá porque estava com
agenda em Curitiba”, justificou Mandetta. O deputado tem restrições ao
casamento do DEM com PSDB para as eleições de outubro. “Aliança de nome pouco
me interessa. Me interessa aliança com mudanças radicais”, disse Mandetta.
“Azambuja erra muito mais do que acerta nas políticas sociais”, criticou o
deputado quando questionado sobre a rixa com o PSDB. Para Mandetta, quem
decidirá o futuro do DEM em Mato Grosso do Sul será ele e sua colega de bancada
Tereza Cristina. “Está em nossas mãos”, afirmou. Ele sugere, com essa posição,
a decisão partir da direção nacional do partido. Quanto à aliança com o PSDB,
Mandetta foi incisivo em declarar, mais uma vez, que não tem conhecimento.
“Até agora, não sei
de aliança nenhuma”, reiterou. “Se tiver um projeto, eles têm de nos
apresentar”, afirmou. A deputada Tereza Cristina também não participou do
evento do DEM em Corumbá e não tem conhecimento das negociações com os tucanos
sobre parceria para as eleições. “Ainda não fui comunicada sobre aliança com
PSDB”, afirmou. E não está gostando de ver pela imprensa as articulações com os
tucanos.
“Não recebo recado
por jornal. Se o presidente [Murilo Zauith] quiser me falar alguma coisa, ele
precisa entrar em contato comigo”, disse. Ela afirmou que deve realizar reunião
no fim de semana para “todos colocarem suas ideias” sobre o que será melhor
para o partido. Cristina defende que o DEM deve anunciar no dia 25, após a
reunião com todas as lideranças, seu rumo no processo eleitoral. “O nosso
partido quer eleger candidato e vamos ver qual é o melhor lado, se é André
Puccinelli, Reinaldo Azambuja ou o juiz Odilon”, declarou.
“Vamos discutir isso,
já conversei muito. Política é conversa e saber ser ouvinte. Eu quero me
eleger, Mandetta que ser reeleger, os deputados querem se reeleger, outros do
nosso partido querem ter oportunidade”, explicou a parlamentar sobre o
aprofundamento da discussão sobre aliança. E ironizou sobre o casamento do DEM
com PSDB. “Não estou sabendo de casamento nenhum. O único casamento que eu sei
é o meu com meu marido, Caio”, afirmou.