Lucro recorrente do BNDES cresceu 94% de janeiro a junho e chegou a R$ 7,2 bilhões no período. Presidente do banco emitiu nota à imprensa refutando desinformação
Peças de desinformação estão apresentando resultados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de períodos passados fora de contexto para repercutir uma situação deficitária que não procede. O BNDES obteve, no 1º semestre de 2024, lucro líquido recorrente no valor de R$ 7,2 bilhões, um crescimento de 94% frente ao mesmo período de 2023 (R$ 3,7 bilhões). O resultado financeiro foi concentrado principalmente em ganhos de crédito e tesouraria.
Já o resultado operacional apontou que as aprovações de crédito, no 1º semestre de 2024, superaram as marcas dos últimos 6 anos, somando R$ 66,5 bilhões (aumento de 83% em relação ao mesmo período de 2023). Os desembolsos do BNDES, que totalizaram R$ 49,3 bilhões no 1º semestre de 2024, mantém uma trajetória de crescimento, com um aumento de 21% frente ao mesmo período de 2023.
O volume total de aprovações do Banco cresceu expressivamente em todos os recortes setoriais, com destaque para o aumento nas aprovações de infraestrutura (R$ 26,3 bilhões) e na indústria (R$ 14,5 bilhões), seguidos comércio e serviços (R$ 11,4 bilhões) e em agropecuária (R$ 14,2 bilhões). O resultado inclui operações diretas e indiretas (via agentes financeiros repassadores de recursos do BNDES). Ao mesmo tempo, a inadimplência de 0,07% permanece expressivamente inferior à do Sistema Financeiro Nacional (3,24% geral e 0,41% para grandes empresas em junho de 2024).
Somente para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) as aprovações de crédito totalizaram R$ 29,3 bilhões, ante R$ 19,1 bilhões do 1º semestre de 2023 (aumento de 53,2%). Os valores aprovados no 1º semestre de 2024 representam o dobro do apurado no 1º semestre de 2022.
No 1º semestre de 2024, o lucro líquido total foi de R$ 13,3 bilhões, superior aos R$ 9,5 bilhões apurados no 1º semestre de 2023, influenciado por eventos não recorrentes como dividendos e recuperações de crédito. No 1º semestre deste ano, as receitas de dividendos e juros sobre o capital próprio somaram R$ 4,3 bilhões (basicamente oriundas da Petrobras) e a reversão de provisões de crédito totalizou R$ 1,7 bilhão – devido a revisões de classificação de risco e recuperação de créditos provisionados em exercícios anteriores.
Diante das peças de desinformação, o presidente do BNDES emitiu nota à imprensa. Segue abaixo.
O BNDES RESISTIU E VOLTOU
No governo do presidente Lula, o BNDES voltou a ser o grande instrumento de fomento ao desenvolvimento do Brasil. No 1º semestre de 2024, o BNDES registrou um aumento de 204% nas aprovações de crédito para a agropecuária, de 157% para a indústria, de 90% para comércios e serviços e de 66% para infraestrutura, em relação ao primeiro semestre de 2022 – último ano na gestão anterior.
Somente para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), as aprovações totalizaram R$ 29,3 bilhões, o dobro em relação ao 1º semestre de 2022. Da mesma forma, o desempenho operacional aponta que as aprovações de crédito somaram R$ 66,5 bilhões, aumento de 107%, as consultas subiram 146% e os desembolsos 47%, no mesmo comparativo.
Tudo isso, com uma inadimplência de 0,07%, expressivamente inferior à do Sistema Financeiro Nacional (que registrou 3,24% geral e 0,41% para grandes empresas em junho de 2024), com um aumento de 94% do lucro líquido recorrente, em relação ao mesmo período de 2023, e sendo considerada a instituição mais transparente da república por pesquisa do TCU e pela CGU.
É preciso deixar claro que, diferente da gestão anterior, o atual lucro do BNDES se deve basicamente à intermediação financeira, principal atividade de um banco de fomento, o que alavanca os investimentos e gera emprego e renda em nosso país. No passado, o lucro líquido do BNDES, celebrados por alguns que não tem nada mais a apresentar, estava relacionado à venda de patrimônio do Banco. A opção da atual gestão de manter a carteira de investimentos do BNDES resultou no recebimento de R$ 12,9 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio, em razão da valoração de 32% da carteira desde o fim da gestão anterior.
O fato é que, no início da nossa gestão, encontramos o BNDES com funding e liquidez comprometidos. A carteira do Banco no início da gestão anterior era de R$ 514 bilhões. Ao final, era de R$ 479 bilhões, uma queda nominal de 7%.
O caixa médio do BNDES ao final do governo anterior era de apenas R$ 16 bilhões, especialmente em razão de devoluções antecipadas ao Tesouro. Estamos reconstruindo o caixa do banco que, neste semestre, alcançou a marca de R$ 45 bilhões.
Agora, alcançamos a maior carteira de crédito dos últimos seis anos e com transparência, credibilidade e inovações importantes para captação de recursos sem impacto primário, como a ampliação do Fundo Clima, a Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD) e o Fundo Investimento em Infraestrutura Social. O BNDES resistiu e voltou!
Aloizio Mercadante
Presidente do BNDES