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Investigado por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro tenta agitar apoiadores em manifestação
25 de fevereiro de 2024 17:49
Investigado por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro tenta agitar apoiadores em manifestação

No domingo (25/02), simpatizantes de Jair Bolsonaro participaram de uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo. O evento ocorreu em meio ao avanço de diversas investigações contra Bolsonaro, gerando preocupações em seu círculo sobre a possibilidade iminente de sua prisão.

Vestidos predominantemente de verde e amarelo, alguns manifestantes empunhavam bandeiras de Israel enquanto enchiam várias quadras da Avenida Paulista para ouvir um discurso do político de extrema-direita. Atualmente inelegível até 2030, Bolsonaro ainda mantém capital político mesmo após perder a reeleição em 2022.

Acompanhado pelos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos) de São Paulo, Ronaldo Caiado (União) de Goiás, e Jorginho Mello (PL) de Santa Catarina, além do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), Bolsonaro utilizou o evento para retratar-se como vítima de perseguição e negar sua suposta participação em uma tentativa de golpe.

"O que é golpe? É tanque na rua, é arma, conspiração. Nada disso foi feito no Brasil", disse Bolsonaro. "Agora o golpe é porque tem uma minuta do decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha paciência."

Bolsonaro ainda defendeu uma anistia aos seus apoiadores que foram presos durante a invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. "O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar maneira de nos vivermos em paz. É não continuarmos sobressaltados. É por parte do Parlamento brasileiro (...) uma anistia para aqueles pobres coitadas que estão presos em Brasília", disse.

O ex-presidente foi mais contido do que o normal em manifestações anteriores. Bolsonaro evitou direcionar ataques diretos a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como fez no passado e também não citou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro pediu a seus apoiadores para não levarem faixas e cartazes "contra quem que seja" para o ato, numa tentativa de evitar novas tensões com a Justiça. 

Outros membros do seu grupo, também discursaram, como o pastor Silas Malafaia, onde foi mais direto e agressivo em críticas a alguns ministros da Corte, como Alexandre de Moraes.

Investigações

O ato foi convocado por Bolsonaro em 12 de fevereiro. No início desse mês, o ex-presidente foi alvo de uma operação de busca e apreensão pela Polícia Federal, no contexto de uma investigação que apura uma suspeita de tentativa de golpe de Estado. Além disso, Bolsonaro está sendo investigado por fraude no cartão de vacinação, entrada irregular de joias sauditas no país e participação em um esquema de milícias digitais para atacar adversários.

Na última quinta-feira, ele permaneceu em silêncio durante o depoimento à Polícia Federal.

A situação do ex-presidente se agravou nas últimas semanas com a divulgação de evidências de sua participação na trama golpista. Entre essas provas está um texto encontrado na sala de Bolsonaro na sede do PL em Brasília, que aborda uma proposta de decretação de estado de sítio e uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), considerada uma das diversas "minutas golpistas" elaboradas pelo círculo de Bolsonaro após a derrota nas eleições de 2022.

As investigações da Polícia Federal também indicaram que, enquanto ocupava a Presidência, Bolsonaro solicitou ajustes em um desses documentos, que continha um plano para a prisão de Alexandre de Moraes. Outra prova divulgada é a gravação de uma reunião ministerial em 2022 na qual Bolsonaro instiga seus ministros a lançarem ataques contra o sistema eleitoral do país.


Da Redação






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